A OMS (Organização Mundial da Saúde) fala em 300 milhões de pessoas afetadas pela depressão. Apenas no Brasil, seriam 12 milhões de pessoas. E o mais alarmante: a cada 45 minutos, um brasileiro comete suicídio. Os sintomas desse mal variam muito. “Na parte física, a pessoa pode apresentar má digestão, dor de cabeça, falta de apetite. Na emocional, ocorre desde baixa concentração a irritabilidade, passando por sentimento de angústia e falta de ânimo”, enumera João Messias, psicólogo do SEST SENAT em Recife (PE).
Uma distinção importante com relação a outros males é o caráter crônico da depressão. Isso a diferencia dos processos de luto, por exemplo. “Precisamos entender o que se passa com o paciente. A perda de um ente querido pode causar tristeza profunda. Outra coisa é o sofrimento prolongado, em que o paciente não consegue retomar a vida”, ilustra Messias. Aos poucos, esse indivíduo se isola, com prejuízos severos para a sua vida pessoal.
Daí a importância da intervenção de um profissional de saúde antes que o quadro se agrave. Esse diagnóstico costuma ser feito por um psicólogo, e é muito comum que ele encaminhe o paciente para um psiquiatra, que trará uma abordagem medicamentosa. Uma questão delicada é a pessoa aceitar que precisa de ajuda. Não raramente, há uma recusa ao tratamento, o que demanda empatia e firmeza dos familiares e dos amigos.
“O tratamento vai além do medicamentoso – envolve a parte de lazer, a parte laboral e também a espiritual. A orientação é fazer com que a pessoa tenha ocupações que lhe tragam um novo sentido. Às vezes, a pessoa tem uma história de abusos e transtornos, e o que foi vivido até ali não faz sentido. Então, tem de ser reconstruído um novo sentido, o que não é fácil”, diz o especialista. Essa relação renovada com as coisas e os outros pode ser despertada por um hobby, por exemplo.
Tão importante quanto oferecer ajuda é saber o que não dizer para o indivíduo em depressão. “Antes de tudo, considere que aquilo é uma verdade. Não diga que é mentira, frescura ou fantasia”, aconselha João Messias. “O drama da pessoa é real. Na dúvida, não fale nada e busque orientação de um profissional da área”, ensina. “Às vezes, o indivíduo não tem família, mas conta com um amigo. Mesmo que não tenha, há lugares que oferecem acompanhamento. Existem os CAPs (Centros de Atenção Psicossocial) e outras instituições que fazem um trabalho de acolhimento muito bom. Para quem é do transporte, o SEST SENAT conta com equipes que trabalham com competência esse assunto”, indica.
Se você ou alguém que você conheça estiver passando por um momento difícil e precisa conversar, não hesite em ligar para o CVV (Centro de Valorização da Vida). O número é 188. Se preferir, acesse o chat em cvv.org.br.
Matéria original no site SEST SENAT:
https://www.sestsenat.org.br/imprensa/noticia/depressao-nao-hesite-em-buscar-ajuda
Foto by SEST SENAT
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